Jornadas Técnicas ’18 – Veículos Híbridos e Elétricos

Novembro 5, 2018

A ANCIA realizou as suas Jornadas Técnicas no dia 26 de outubro de 2018 na Alfândega do Porto, com o tema sobre os Veículos Híbridos e Elétricos.

As jornadas deste ano realizaram-se no âmbito do 2.º Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico, evento que a ANCIA apoiou, tendo sido abordados e discutidos temas de elevado interesse, designadamente, os desafios ambientais e a descarbonização como via de mudança, a tecnologia híbrida e os fatores que determinam a sua eficiência, o funcionamento dos veículos movidos a fuel cell, assim como os procedimentos em inspeção periódica obrigatória e seu enquadramento regulamentar.

O nosso agradecimento a todos os ilustres participantes nestas jornadas, nomeadamente, aos representantes do IMT I.P., ASF, ARAN, AFIA, ANTRAL, ANIECA, APDCA, ISEP, CEPRA, TOYOTA/LEXUS e ASSOCIAÇÃO ZERO, assim como às entidades gestoras de centros de inspeção, em particular, aos associados da ANCIA e aos seus profissionais.

Uma palavra especial de agradecimento ao Eng.º Carlos Valentim da Toyota Caetano Portugal, ao Professor Doutor Anibal Traca ̧ de Almeida da Universidade de Coimbra, ao Eng.º Nuno Martins da ANIVAP/CTQA e ao Dr. Alfredo Lavrador, Jornalista do Observador, pela disponibilidade demonstrada e pela elevada qualidade das suas intervenções, assim como às empresas que apoiaram a realização deste evento.

Foi neste quadro que se realizaram as Jornadas Técnicas deste ano, apresentando-se, de seguida, as seguintes conclusões:

Conclusões

  1. A ligação do sector dos transportes ao petróleo implica um novo paradigma energético que seja simultaneamente mais eficiente, sustentável e compatível com um futuro assente em energia renovável, assumindo a eletricidade inúmeras vantagens, designadamente: a infraestrutura de transporte encontra-se instalada; constitui a forma mais eficiente e ambientalmente mais inofensiva; a eletricidade constitui ainda a forma tecnologicamente mais desenvolvida e mais segura para o transporte de energia;
  2. Foram referidas as vantagens associadas aos veículos elétricos, assim como as principais desvantagens, designadamente, o preço, a rede de postos de abastecimento e a forma de carregamento que deverá evoluir para o carregamento por indução e, em particular, a autonomia/bateria que continua a ser o ponto mais fraco;
  3. Para maximizar a eficiência dos veículos elétricos devem ser otimizados ao nível da: (i) diminuição do peso através do recurso a materiais mais leves; (ii) melhoria do perfil aerodinâmico; (iii) mitigação do atrito de rolamento com novos tipos de pneus; (iv) maximização da conversão de energia elétrica em energia mecânica; (v) e maximização da capacidade regenerativa;
  4. No âmbito dos veículos movidos a fuel cell, enquanto instrumento alternativo para a descarbonização com zero emissões de dióxido de carbono, foram apresentados o funcionamento e os componentes destes veículos, assim como as vantagens e as desvantagens associadas a esta tecnologia;
  5. A introdução das zonas de “emissões ultrabaixas” vai ser uma realidade em algumas cidades, designadamente, em Dusseldorf, Estugarda, Copenhaga e Londres a partir de 2019, assim como em Atenas, Madrid, Paris e Cidade do México ate 2025;
  6. O parque automóvel de veículos híbridos e elétricos mantém-se reduzido, embora se verifique um crescimento bastante acentuado nos últimos dois anos, tendo sido referidos alguns dos impactos e desafios para os centros de inspeção;
  7. No âmbito específico da inspeção técnica, a regulamentação ainda não reflete requisitos específicos para o sistema de propulsão elétrica dos veículos, situação que deverá ser ponderada com brevidade pela Tutela. No entanto, este facto não deve impedir os inspetores de, nesta fase, efetuarem uma inspeção visual ao sistema (verificação do estado geral) e enquadrem eventuais anomalias nas deficiências existentes;
  8. No caso de veículos híbridos, pode haver necessidade de serem aplicados procedimentos (dos fabricantes) para forçar a colocação dos motores de combustão em funcionamento e verificar as emissões de gases de escape, prática seguida em ITV;
  9. Relativamente à inspeção extraordinária a veículos acidentados, foi referido o procedimento a adotar pelos centros de inspeção para garantir a conformidade do estado da unidade de bateria “alta tensão” quando forem acionados os airbags ou tenham existido danos relevantes na carroçaria;
  10. No âmbito de uma futura revisão da regulamentação nacional, estão identificados documentos que descrevem os métodos de inspeção e as deficiências específicas para veículos híbridos e elétricos (incluindo uma proposta de projeto UNECE), que podem ser inputs relevantes para a alteração legislativa.

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