Novembro 4, 2021
De acordo com o Relatório de Sinistralidade Rodoviária, relativo ao período janeiro-agosto, divulgado pela Autoridade Nacional Segurança Rodoviária (ANSR), as autoridades rodoviárias registaram um aumento de 95,7% nas infrações pela ausência de inspeção periódica obrigatória.
O número de viaturas intercetadas pelas entidades policiais a circularem sem o título de inspeção devidamente atualizado passou de 20.779, em 2020, para 40.671 este ano, o que traduz praticamente uma duplicação do número de veículos em claro desrespeito pelos normativos de segurança rodoviária.
Segundo os dados divulgados pela ANSR, nos primeiros oito meses do ano ocorreram no Continente mais 17 668 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 242 vítimas mortais, 1 261 feridos graves e 20 630 feridos leves. Comparativamente ao mesmo período de 2020 constata-se uma redução no número de vítimas mortais, mas um aumento no número de feridos, uma vez que os acidentes com vítimas aumentaram cerca de 3,7%.
A colisão entre carros foi a tipologia de acidente rodoviário mais frequente, responsável por 53,3% dos acidentes, apesar de ter estado apenas na origem de 40,9% das vítimas mortais. Por sua vez, os despistes, que representaram 35,3% do total de acidentes, corresponderam a 46,7% das vítimas mortais.
Quanto ao tipo de via onde ocorreram acidentes, constatou-se que foi nos arruamentos que houve um aumento das vítimas mortais e dos feridos graves, 9,3% e 8,3%, respetivamente. Por outro lado, registou-se um decréscimo no número de acidentes com vítimas mortais nas estradas nacionais.
No que respeita à categoria de utente, considerando as vítimas mortais, 71,9% do total eram condutores, enquanto passageiros e peões correspondem a 14%. Em comparação com os dados do mesmo período de 2020, verificam-se reduções de 20,9% nas vítimas mortais com perfil de passageiro e de 22,7% nos peões, a par de um aumento de 3% nos condutores.
Em relação à categoria de veículo interveniente nos acidentes voltaram a predominar os acidentes com automóveis ligeiros, que correspondem a 70,4% do total, com um aumento de 4,9% relativamente ao período homólogo de 2020, sendo ainda de sublinhar as subidas verificadas nos ciclomotores e motociclos (4,8%) e velocípedes (21,9%).
Infrações por excesso de velocidade e consumo de álcool diminuem
Quanto à fiscalização de veículos e condutores, no período entre janeiro e agosto de 2021 foram fiscalizados 77,4 milhões de veículos, quer presencialmente, quer através de meios de fiscalização automática, o que se significa uma diminuição global de 0,4% em relação a 2020.
As forças da GNR e da PSP destacadas para o sistema rodoviário registaram uma diminuição de 1,1% no número de veículos fiscalizados e o sistema de radares também registou uma redução de 0,9%.
No período a que se reporta o Relatório da ANSR foram registadas um total de 778,1 mil infrações, com 60,05% referentes a excesso de velocidade. Neste período verificou-se uma diminuição em algumas tipologias de infrações: 15,2% em excesso de velocidade e 7,9% nas transgressões por consumo de álcool acima do limite legal. Por outro lado, registam-se aumentos de 95,7% nas infrações pela ausência de inspeção periódica, de 45,2% nas infrações pelo não uso de sistemas de retenção para crianças e de 22,8% nas infrações pelo não uso de cinto de segurança.Quanto ao excesso de velocidade, a taxa de infração reduziu de 0,7% entre janeiro e agosto de 2020 para 0,6% nos mesmos meses.
Em relação à condução sob efeito de álcool, entre janeiro e agosto de 2021 foram submetidos ao teste de pesquisa de álcool 904,7 mil condutores, o que representa um aumento de 18,4% comparativamente a 2020, embora a taxa de infração tenha diminuído de 1,7% para 1,3% este ano.
Quanto à criminalidade rodoviária, registou-se um aumento de 21,5% no total de detenções, somando 16,3 mil condutores, sendo a falta de habilitação legal para conduzir o crime registado em 45,5% dos casos.
Já o número de condutores que perderam pontos na carta de condução até agosto foi de 272,9 mil. Desde a entrada em vigor do sistema de carta por pontos até final de agosto de 2021, 1.683 condutores ficaram com o seu título de condução apreendido.