Entrevista a Patrícia Gaspar, Secretária de Estado da Proteção Civil

Setembro 13, 2022

ANCIA - Zero Mortos na Estrada 2022

A campanha de sensibilização, cujo tema é “Menos Riscos, Mais Vida.”, apela a condução segura e responsável e é promovida em Portugal pela ANCIA – Associação Nacional de Centros de Inspeção Automóvel, em parceria com a GNR – Guarda Nacional Republicana e PSP – Polícia de Segurança Pública. Em entrevista, a Secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar acredita que “o objetivo das zero mortes é uma meta, ambiciosa, temos essa consciência, mas também sabemos que é a única que é aceitável.”

No âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, de 16 e 22 de setembro, cerca de quatro dezenas de entidades nacionais com responsabilidades diretas e indiretas na segurança rodoviária mobilizam esforços coordenados de sensibilização com vista a propagar apelo “Zero Mortos na Estrada Todos os Dias”.

Este ano, para a campanha “Zero Mortos na Estrada todos os dias”, a ANCIA reuniu representantes de entidades nacionais do setor da Segurança Rodoviária para um apelo a uma condução segura e responsável. Em entrevista, Patrícia Gaspar, Secretária de Estado da Proteção Civil, apela a todos os condutores que tenham uma condução segura e atenta para que, com a ajuda de todos, consigamos atingir o objetivo de Zero Mortes na Estrada, todos os dias, afirmando que “a segurança rodoviária é uma das prioridades mais importantes do nosso governo. Reduzir os números de sinistralidade é um imperativo e é um desígnio de toda a nossa sociedade.”

Leia a entrevista completa com Patrícia Gaspar:

Zero mortes na estrada está mais perto de ser verdade?

O objetivo das zero mortes é uma meta, ambiciosa, temos essa consciência, mas também sabemos que é a única que é aceitável. Estamos a caminhar nesse sentido, temos vindo a conseguir reduzir os números da sinistralidade, sobretudo o número das fatalidades. Há um longo trabalho pela frente que nós queremos desenvolver em parceria com diversas entidades. Um trabalho enorme que tem que ser feito na área da sensibilização também da fiscalização e portanto essa é uma meta não só nacional mas é uma meta europeia.

A condução autónoma pode acabar com os sinistros rodoviários?

A condução autónoma é um objetivo muito importante do nosso governo, é um objetivo também à escala europeia, é um fenómeno que está a acontecer em vários países, sobretudo ao nível dos países mais desenvolvidos. Ele visa dois grandes objetivos: Por um lado, reduzir o erro humano (…) E por outro lado também é uma política bastante inclusiva, garante o acesso á mobilidade a todos os cidadãos, incluindo aqueles que possam ter algum tipo de vulnerabilidade.

A mobilidade suave também é perigosa?

A mobilidade suave é uma realidade muito recente, uma realidade muito presente sobretudo na Europa. Ela precisa sem dúvida de ser regulamentada, precisa de ser bem trabalhada, há aqui um trabalho muito grande a fazer com a sociedade civil, com os seguros, com a parte da saúde também. Queremos nos próximos tempos fazer um grande evento onde se permita trocar ideias, trocar informações, para perceber que tipo de regulamentação, para perceber que passos temos de dar, para que essa mobilidade mais suave possa continuar a ser um aspeto positivo.

A intervenção da proteção civil ajuda a reduzir cada vez mais o número de mortos nas estradas portuguesas?

Aquilo que nós temos de fazer é um trabalho integrado, trabalhando em várias frente ao mesmo tempo, trabalhando no ambiente rodoviário, trabalhando nas vias, trabalhando nos veículos também, trabalhando muito na condução, no ensino da condução, na sensibilização e também na componente de fiscalização. E, portanto, esse é o nosso grande objetivo.

No primeiro trimestre de 2022, o maior aumento na sinistralidade registou-se nos condutores de idade inferior a 25 anos. Acredita que seja possível apostar em mais iniciativas de sensibilização para os jovens condutores?

Um dos dados mais importantes que nós temos em termos de sensibilização e em termos de sinistralidade rodoviária é que de facto entre a faixa dos 18 e dos 24 anos, o risco de morte por acidente rodoviário é 30% superior ao do resto da população. E, portanto, esta é uma tendência que nós temos de facto de tentar inverter. Isto implica trabalhar muito ao nível do ensino, ao nível da sensibilização, e ao nível da fiscalização também. É preciso de facto passar aqui uma mensagem de segurança, uma mensagem de sensibilização para que nestas faixas os cuidados sejam ainda superiores.

Assista ao vídeo da entrevista:

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