Março 17, 2022
Realizou-se no dia 16 de março de 2022, pelas 14h30, a Conferência sobre “O Impacto Económico e Social da Sinistralidade Rodoviária em Portugal”, organizada pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária [ANSR].
A abertura da conferência esteve a cargo do Presidente da ANSR, Rui Ribeiro, seguida das apresentações sobre o “Impacto económico e social da sinistralidade rodoviária em Portugal”, “Para que servem os custos económicos e sociais no planeamento da segurança rodoviária?”, “Modelo de negócio para estradas mais seguras e o financiamento inovador baseado em resultados para salvar vidas”, “Porque a Segurança rodoviária é importante?” e “Investimentos em segurança rodoviária em Portugal, casos de sucesso”.
A conferência contou, ainda, com um período de debate, findo o qual decorreu a sessão de encerramento com intervenção da Secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar.
Do estudo apresentado, destaca-se o valor do custo económico e social dos acidentes de viação que, em 2019, ascende a 6.422,9 milhões de euros, cerca de 3,03% do PIB.
No que se refere ao custo médio dos acidentes de viação com vítimas por grau de gravidade e componente do custo económico e social total [valores em milhares de euros], verifica-se que o custo médio por tipo de vítima é mais elevado no caso das fatalidades, ascendendo a 3.055,358€ por vítima mortal, 530.828€ de um ferido grave e 49.953€ de um ferido leve.
Do estudo destaca-se, ainda, a estimativa do custo médio para a sociedade de um acidente por idade dos veículos intervenientes, por exemplo:
– Os acidentes envolvendo veículos com pelo menos 20 anos de idade são aqueles cujo custo económico médio é mais elevado em termos unitários, com um valor de 170.078€ por acidente com vítimas.
– Seguem-se os acidentes envolvendo veículos com idade entre 15 e 19 anos, com um custo de 158.549€ por acidente.
– Os acidentes com veículos dos 10 aos 14 anos de idade apresentam um custo médio menor, com um valor estimado de 131.905€ por acidente.
No que se refere ao custo económico e social médio estimado de um acidente segundo o tipo de veículos envolvidos, são os acidentes com veículos agrícolas os que apresentam um valor mais significativo, situando-se em 466.998€ por acidente, seguindo-se os acidentes com automóveis pesados (261.906€), os acidentes com quadriciclos (239.513€), os acidentes com motociclos com cilindrada superior a 125cc (235.393€), sendo os acidentes que envolvem velocípedes com motor os que atingem o custo mais baixo (73.163€ por acidente).
De acordo com a ANSR “A nível mundial, os acidentes rodoviários causam todos os anos 1 milhão e 350 mil mortes evitáveis, cerca de 3.700 pessoas por dia, 1 pessoa a cada 24 segundos, para além de 50 milhões de pessoas que ficam feridas e permanentemente incapacitadas e que também poderiam ser evitáveis. Em Portugal, apesar dos progressos efetuados nos últimos 25 anos, o número de mortos e de feridos graves devido aos acidentes rodoviários continua a ser extremamente elevado. Em média, na última década, 650 pessoas perderam a vida por ano e mais de 2.000 ficaram gravemente feridas.”
Na verdade, nos últimos 25 anos verificaram-se significativos progressos no que respeita à redução da sinistralidade e dos custos económicos com os acidentes e, tendo como referência o ano de 1995, verifica-se que a melhoria dos indicadores de segurança rodoviária evitaram a perda de 24.140 vidas até 2019, 170.456 feridos graves e 211.615 feridos leves e, os custos totais acumulados evitados neste período ascendem a 174.810 milhões de euros, demonstrando que o aumento dos valores afetos à segurança rodoviária não são um custo mas um investimento.
Fonte: O IMPACTO ECONÓMICO SOCIAL DA SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA EM PORTUGAL
