Cerca de 35% da frota da EMEL é constituída por veículos 100% elétricos

Janeiro 10, 2019

Qual é a principal «missão» da EMEL?
Atualmente, a principal missão da EMEL passa pela gestão do estacionamento e promoção da mobilidade na cidade de Lisboa, de modo a criar as necessárias condições para uma melhor circulação e mobilidade de todos os cidadãos. Ao contrário daquilo que sempre “catalogou” a EMEL, enquanto empresa de fiscalização do estacionamento, hoje o nosso papel é muito mais alargado e diversificado, procurando melhorar a mobilidade da cidade através da oferta de soluções alternativas à utilização massiva e desajustada do automóvel no espaço urbano.

O estacionamento condiciona ou é condicionado pela circulação rodoviária em Lisboa?
Ambos. O mau estacionamento (ou estacionamento ilegal) prejudica gravemente a circulação e a própria dinâmica e segurança da cidade, originando mais trânsito parasita, congestionamento e atrasos nos transportes públicos. Por outro lado, com o crescimento da taxa de motorização e consequente aumento do número de automóveis em circulação na cidade, é necessário encontrar novas soluções para o estacionamento, para que não se torne um problema maior.

De que modo a qualidade ambiental entra nas preocupações da EMEL?
Entra de várias formas. Desde logo, cerca de 35% da frota da EMEL é constituída por veículos 100% elétricos (motociclos e ligeiros). Está a nosso cargo a promoção do uso da bicicleta partilhada enquanto meio de transporte urbano para pequenas distâncias, através do sistema GIRA (com 60% de bicicletas elétricas). E, por outro lado, todos os parques de estacionamento da EMEL possuem carregadores para veículos elétricos, sendo uma forma clara e ativa de promover a mobilidade elétrica sustentável ambientalmente.

A gestão do espaço público mediante cobrança de um preço de uso é um método eficaz?
Se olharmos para as políticas de mobilidade da maioria das grandes cidades ocidentais, este é de facto um dos métodos mais eficazes (comparando com a teoria económica da oferta e da procura de Adam Smith: “quanto mais escasso for um bem, maior será o seu valor”). O número de automóveis nas cidades tem vindo a aumentar enquanto o espaço para estacionar é limitado e insuficiente para a procura existente. A cobrança de um valor de estacionamento permite regular essa procura excessiva e investir esses valores na melhoria das condições de vida nas cidades.

A estratégia em curso visa reduzir o número de viaturas em Lisboa?
A estratégia em curso (via orientação da Câmara Municipal de Lisboa e de acordo com as políticas da União Europeia) visa promover o maior uso do transporte público e diversificar os meios de transporte em ambiente urbano, procurando reduzir a utilização do automóvel privado no interior das cidades.

As vias para bicicletas e outros veículos mais ecológicos estão dentro das competências da EMEL?
Com a diversificação das funções da EMEL, nomeadamente com assunção da missão de promover a mobilidade sustentável, por exemplo, as bicicletas, a construção de ciclovias faz parte do plano municipal “Lisboa Ciclável” onde a EMEL participa como “braço direito” da CML.

A segurança rodoviária na cidade melhora com estacionamento mais ordenado?
Obviamente, basta recuperarmos a memória do estacionamento selvagem que ocorria em Lisboa nos anos 90 (antes da existência da EMEL), onde os passeios serviam para encher de carros, obrigando os peões a circular na faixa de rodagem, com todos os riscos que isso representava.

Os vossos fiscais têm formação específica na gestão de conflitos?
Um dos módulos mais alargados e mais importantes, quer da formação base de admissão, quer do curso de Agentes de Fiscalização de Estacionamento, é precisamente a gestão de conflitos. Os Agentes da EMEL possuem toda a formação adequada para as funções que exercem, com especial enfoque nas questões jurídico-legais (código da estrada, regras e regulamentos) e nos aspetos comportamentais (gestão de conflitos, inteligência emocional e atitude comunicacional).

A boa condição mecânica das viaturas, devidamente comprovada pela inspeção, ajuda na segurança e na sustentabilidade ambiental da cidade
Em grande parte sim. Quando as viaturas estão em perfeitas condições de circulação, a segurança é maior e a qualidade ambiental também. Sou um defensor acérrimo das inspeções mecânicas obrigatórias, mas defendo também a melhoria da formação de condutores e a limitação ou balizamento, quer da velocidade quer das emissões dos veículos.

Considera relevante a obrigatoriedade das inspeções sobre todos os veículos que circulam na via pública?
Não considero relevante, considero imprescindível que todas as viaturas estejam devidamente inspecionadas e nas perfeitas condições de circulação. Só assim se consegue garantir uma melhor segurança rodoviária. Aliás, é inadmissível que em pleno século XXI, na era da inteligência e da tecnologia, continuem a ocorrer demasiados acidentes e consequentes mortes pelo facto das viaturas em circulação apresentarem deficiências técnicas.

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