ANCIA participa na conferência anual da ACEM

Setembro 12, 2016

A ANCIA esteve representada por Pedro Dias e Gabriel Almeida e Silva na 12.ª conferência anual na European Association of Motorcycle Manufacturers, ACEM, que se realizou em Bruxelas, no dia 7 de setembro de 2016, com o tema «The Safe Ride to the Future» e que contou com mais de 150 participantes.

O evento explorou questões fundamentais em torno da segurança dos motociclos, tais como os benefícios das tecnologias avançadas destes veículos, assim como a necessidade de assegurar que todos os utentes têm comportamentos adequados na estrada.

Nesta conferência, a ACEM organizou uma exposição sobre tecnologias de segurança para os motociclos que contou com alguns dos mais recentes modelos lançados pela indústria, bem como dispositivos de segurança inovadores (Ex: side view assyst system, wireless airbag jacket, electronic windscreen), tendo ainda sido apresentado, juntamente com o Conselho de Segurança Rodoviária alemão (Deutscher Verkehrssicherheitsrat), um novo Selo Europeu de Qualidade de Formação.

Das intervenções nesta conferência salientam-se as seguintes notas:

Existem mais de 36 milhões de motociclos e ciclomotores a circular nas estradas da Europa que permitem economizar tempo e dinheiro para os passageiros, assim como aumentam a fluidez do tráfego urbano e reduzem o congestionamento.

Além dos benefícios associados aos motociclos no âmbito da mobilidade, foram ainda referidos os riscos inerentes à condução destes veículos, tendo sido reiterada a prioridade da sua segurança, assumindo as novas tecnologias e uma atitude responsável dos condutores na estrada, um papel determinante na redução do risco dos acidentes rodoviários.

Da conferência e dos debates realizados resultou que a segurança destes veículos é uma responsabilidade partilhada, sendo essencial um trabalho conjunto para alcançar duradouras melhorias de segurança, tendo sido dado especial enfoque à necessidade de melhorar as infraestruturas e atuar sobre o comportamento humano num contexto em que, devido à crise económica, verifica-se um aumento dos motociclos e ciclomotores a circular nas estradas europeias, sendo ainda de destacar a posição do representante da Suécia em abranger estes veículos no programa Visão Zero que assenta no princípio de que ninguém pode morrer ou sofrer ferimentos graves no trânsito.

No âmbito das medidas para contribuir para a segurança destes veículos, os oradores deram especial enfoque: (i) a implementação de novas tecnologias (ex: obrigatoriedade do ABS para todos os motociclos fabricados a partir de 2016); (ii) a necessidade de melhorar a interação entre todos os utilizadores da via, bem como a visibilidade, tendo sido avançado que grande parte das colisões ocorre pelo facto dos motociclistas não serem vistos; (iii) a necessidade urgente de melhorar as infraestruturas e o diálogo entre as vias e os motociclos e ciclomotores; (iv) e a formação dos condutores.

No âmbito e análise das estatísticas da sinistralidade rodoviária, foi referido o impacto das crises económicas, tendo sido avançado que nos períodos de crise verifica-se, normalmente, uma redução da sinistralidade rodoviária. São vários os estudos que demonstram a existência da relação entre os níveis de desenvolvimento económico dos países e os níveis de segurança rodoviária, tendo sido referida a crise financeira global iniciada em 2007-2008 que foi acompanhada por uma redução da sinistralidade rodoviária, associando-se, assim, os períodos de recessão económica a períodos de redução na mortalidade rodoviária e, ao invés, ao crescimento económico está associado um aumento da mortalidade rodoviária.

Nestes períodos de crise o tráfego é mais reduzido e os condutores, por regra, adotam comportamentos mais seguros e de menor risco, designadamente, circulam a velocidades mais reduzidas para economizar combustível, viajam menos e, consequentemente, existe uma menor exposição ao risco.

No âmbito da inspeção técnica, e como medida para contribuir para a segurança destes veículos, foi avançada uma medida que irá ser implementada brevemente em França no sentido de sujeitar os motociclos e ciclomotores (com mais de 2 anos) a inspeção técnica em caso de revenda.

De todo o modo, a brochura da ACEM, alusiva a esta conferência, apresenta algumas recomendações políticas (ponto 5), destacando-se a relativa à inspeção técnica destes veículos, quer como medida de segurança rodoviária, quer no que se refere ao controlo ambiental. Refere-se ainda neste documento que a inspeção é um contributo importante para evitar falhas de segurança resultantes de uma manutenção inadequada, bem como para ajudar na prevenção de adulteração irresponsável.

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