Entrevista a Luís Meira, Presidente do INEM

Setembro 9, 2022

Entrevista a Luís Meira, Presidente INEM. “Temos sempre que acreditar que zero mortos na estrada é possível.”

Cerca de quatro dezenas de entidades nacionais mobilizam esforços coordenados de sensibilização com vista a propagar apelo “Zero Mortos na Estrada Todos os Dias”. O Presidente do INEM, Luís Meira, lança o seu apelo e afirma que “temos sempre que acreditar que zero mortos na estrada é possível.”

No âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, de 16 e 22 de setembro, cerca de quatro dezenas de entidades nacionais com responsabilidades diretas e indiretas na segurança rodoviária mobilizam esforços coordenados de sensibilização com vista a propagar apelo “Zero Mortos na Estrada Todos os Dias”.

A campanha de sensibilização, cujo tema é “Menos Riscos, Mais Vida.”, apela a condução segura e responsável e é promovida em Portugal pela ANCIA – Associação Nacional de Centros de Inspeção Automóvel, em parceria com a GNR – Guarda Nacional Republicana e PSP – Polícia de Segurança Pública, e organizada a nível europeu pela Roadpol – European Roads Policing Network, com o apoio da Comissão Europeia.

O INEM é uma das entidades envolvidas nesta campanha. Luís Meira, presidente do INEM, dá o seu testemunho e apela á sensibilização e adoção de comportamentos seguros dos condutores para que seja possível atingir o objetivo de zero mortos nas estradas portuguesas, afirmando que espera que “esse seja um objetivo que seja passível de alcançar, podemos demorar mais ou menos tempo, mas tem claramente que ser essa a meta que devemos almejar.”

Zero mortes na estrada está mais perto de ser verdade?

Luís Meira (L.M.): Como utente da via pública espero efetivamente esse seja um objetivo que seja passível de alcançar. Se calhar mais importante até do que definir isso como objetivo genérico é que cada um dos utilizadores da vida pública entenda de que maneira é que pode contribuir para esse objetivo. 00:00:40 Nós ainda temos muito para fazer, mas claramente que temos sempre que acreditar que zero mortes na estrada é possível.

A condução autónoma pode acabar com os sinistros rodoviários?

L.M.: Sendo o fator humano um dos principais contribuintes para a sinistralidade se eventualmente chegarmos ao ponto em que será possível afastar em absoluto esse fator garantindo que as viaturas continuem a circular em segurança, admito que sim.

A mobilidade suave também é perigosa?

L.M.: Relativamente á mobilidade suave entendida como aquela mobilidade que depende das próprias pessoas, eu diria que, uma vez que eu sou um profissional da saúde e o INEM é da área da saúde, nós deveríamos de olhar para ela até de uma outra maneira porque mesmo naquilo que diz respeito á prevenção da doença, esta mobilidade pode ter um papel importantíssimo.

Se nós conseguirmos, nós enquanto sociedade, criar um espaço seguro nas nossas cidades, no nosso ambiente urbano, sobretudo aí, para haver uma partilha de espaço segura, com essas formas de mobilidade e outras viaturas partilhem esse espaço, eu diria que não deveremos considerar que é perigosa, antes pelo contrário. Deveremos achar que pode ser um contributo importante para a melhoria da saúde e eventualmente até um contributo para uma menor gravidade de eventuais acidentes que possam ocorrer.

A intervenção do INEM ajuda a reduzir cada vez mais o número de mortos nas estradas portuguesas?

L.M.: Não tenho a mais pequena dúvida. Não apenas do INEM mas sobretudo de todos os parceiros que com o INEM garantem a assistência médica pré-hospitalar.

Contribui para reduzir o impacto da sinistralidade, particularmente na mortalidade e na morbilidade, ou seja, nas sequelas que podem ficar de lesões traumáticas decorrentes de acidentes. Esta assistência pré-hospitalar pode ter um impacto muito grande naquilo que é mortalidade resultante nos acidentes, incluindo nos acidentes rodoviários.

No primeiro trimestre de 2022, o maior aumento na sinistralidade registou-se nos condutores de idade inferior a 25 anos. Acredita que seja possível apostar em mais iniciativas de sensibilização para os jovens condutores?

L.M.: Sem conhecer a fundo o que poderá justificar este indicador, mas eu acho que não se pode excluir aquilo que pode ter sido o impacto da pandemia, em 2020 e 2021, particularmente naquilo que foi a interferência como processo de formação dos jovens condutores pode eventualmente ter retirado nos anos anteriores, menos condutores deste grupo etário de iniciarem uma condução mais frequente.

Eu diria que a formação, a sensibilização e a forma que nós poderemos ter de inverter um pouco esta tendência será seguramente investir muito na consciencialização. devem de estar plenamente conscientes da sua quota-parte de responsabilidade para que essa via pública seja mais segura para todos aqueles que a utilizam.

 

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