Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada

Novembro 20, 2018

O secretário-geral da ANCIA, Gabriel Almeida e Silva, esteve presente na Cerimónia Nacional do Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, que decorreu no dia 18 de novembro.

O evento teve lugar no Auditório da Biblioteca Municipal de Castelo Branco. “A estrada conta histórias. Nem todas têm um final feliz” foi o tema escolhido este ano para assinalar a efeméride.

Este dia, que se celebra anualmente no terceiro domingo do mês de novembro, é dedicado à memória das pessoas falecidas ou feridas em acidentes de viação e às suas famílias e amigos, tendo ainda o propósito de prestar homenagem às equipas de emergência, às forças de segurança e aos profissionais médicos que diariamente lidam com as consequências traumáticas da sinistralidade.

O evento foi promovido pela Liga de Associações Estrada Viva e pela Associação de Motociclistas Cristãos de Portugal, e iniciou-se com um momento musical a cargo dos alunos do Conservatório Regional de Castelo Branco, tendo a abertura e palavras de boas vindas sido proferidas pelo Presidente da Associação de Motociclistas Cristãos Portugal (CMA Portugal), David Campos.

Posteriormente, teve lugar uma intervenção do Presidente da Liga de Associações Estrada Viva, Mário Alves, que referiu a inversão da tendência de redução da sinistralidade rodoviária e que preconiza a visão zero, como sendo a única resposta eticamente responsável, tendo, na sua intervenção, transmitido a mensagem do Presidente da República que assinala o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada:

“Ao celebrarmos hoje o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, cerimónia assegurada, desde 2004, pela Liga de Associações “Estrada Viva” devemos, em primeiro lugar, uma homenagem pública a todos os que, tragicamente, perderam a vida nas estradas. Mas devemos também lembrar-nos da infelicidade de todos aqueles que, por razões de sinistralidade rodoviária, perderam a sua saúde, que perderam um familiar, que perderam um amigo.

A sinistralidade rodoviária tem uma trágica e imensa dimensão para todos os que, diretamente, vivem com as memórias dolorosas, na maior parte das vezes permanentes, causadas pela privação traumática de alguém próximo. É um problema grave à escala mundial, mas também à escala nacional.

Os dados mais recentes revelaram a lamentável inversão da tendência de decréscimo, desde 2010, dos acidentes rodoviários e vítimas mortais, o que se afigura uma preocupação nacional. Uma preocupação que deverá refletir uma aposta na prevenção, na educação e na sinalização.

Agradeço, por isso, a todos os que, diariamente, lidam de forma empenhada com as consequências traumáticas dos acidentes rodoviários, apelando a todos os Portugueses, para que, em respeito das regras e com consciência cívica, contribuam para um ambiente rodoviário mais responsável e mais seguro.”

De seguida, tiveram lugar breves intervenções do Comandante do Destacamento de Trânsito da GNR de Castelo Branco, Capitão Ferreira, do Comandante Distrital da PSP de Castelo Branco, Superintendente José Leonardo, do Delegado de Saúde Coordenador da ULS de Castelo Branco, em representação da Direcção-Geral da Saúde, Joaquim Santos Serrasqueiro, e do Vice-Presidente da ANSR, Fernando Moutinho.

Moutinho referiu alguns dos dados relativos ao distrito de Castelo Branco, onde, em 2017, morreram 19 pessoas, destacando que o combate à sinistralidade deve passar sempre por uma mudança de comportamentos, num contexto em que, entre 80% a 95% dos acidentes rodoviários, a responsabilidade é do comportamento do condutor, não havendo a perceção de que o comportamento é essencial para reduzir a sinistralidade.

Findas as intervenções, foi exibido um filme com testemunhos de sobreviventes e familiares de vítimas da estrada.

A cerimónia de encerramento contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Luís Correia, e do Secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves.

O Presidente da Câmara referiu a importância desta cerimónia e do momento de reflexão e de sensibilização que a mesma proporciona, assim como da necessidade de mudança de mentalidades uma vez que grande parte dos acidentes estão relacionados com o comportamento humano.

O Secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, encerrou a cerimónia e referiu que em Portugal, e não obstante a evolução dos veículos, assim como da rede rodoviária e os progressos que têm sido alcançados, o número de mortos continua elevado, em particular dentro das localidades, tendo ainda salientado o trabalho desenvolvido pela ANSR em vários domínios, designadamente, a campanha Júnior Seguro.

Na sua intervenção, reforçou a necessidade de uma mobilização coletiva para combater o flagelo da sinistralidade rodoviária e alterar um paradigma de décadas com um impacto negativo, económico e social de 2,3 mil milhões de euros (1,2% do PIB), tendo destacando que o Governo encara a segurança rodoviária como um dos pilares essenciais da nossa sociedade.

Esta Cerimónia Nacional do Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada foi encerrada com um memorial com algumas palavras em memória das vitimas na estrada, seguido de um minuto de silêncio e deposição de coroa de flores.

Da parte da tarde, teve lugar o Colóquio “Para Finais Felizes na Estrada”, que foi precedido de algumas atividades, designadamente, a demonstração de Suporte Básico de Vida, pela Cruz Vermelha Portuguesa de Castelo Branco.

Este colóquio contou com a participação de vários oradores, designadamente, da Estrada Viva onde abordou o tema do novo paradigma de mobilidade e redução do risco rodoviário, da Associação de Motociclistas Cristãos onde foram abordadas questões relacionadas com a segurança ativa e como evitar o acidente (estado geral do motociclo, pneus, travões/abs, controlo de estabilidade, corrente/veio de transmissão e luzes/visibilidade) e a segurança passiva/proteção e minimizar danos (capacete, casaco, luvas, botas e chamada de emergência), assim como do Professor João Dias do Instituto Superior Técnico que abordou a questão da velocidade como sendo o principal factor dos acidentes e que 50% das mortes anuais são referentes a utentes vulneráveis (peões, ciclistas e motociclistas).

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