“A educação ambiental é uma dimensão Importante no plano da educação”

Janeiro 10, 2019

O Agrupamento de Escolas Campo Aberto da Póvoa de Varzim integra o programa de visita de estudo aos centros de inspeção, que se inclui na Semana de Inspeções Técnicas a Veículos, promovida pela ANCIA desde 2016. João Grancho, Diretor deste agrupamento, entende que alunos, professores e pais têm beneficiado com esta iniciativa, que contribui para o aumento da consciencialização sobre segurança rodoviária.

Qual a importância da «Semana de Inspeções”, organizada pela ANCIA, junto dos alunos do 1.º ciclo?
A “Semana das Inspeções” constitui, para as escolas e alunos, uma excelente oportunidade para que as crianças adquiram conhecimentos e capacidades que necessitam para adotar comportamentos adequados enquanto passageiros, peões e futuros condutores, tal como se preconiza no Referencial da Educação Rodoviária que as escolas implementam. E é assim, porque se constitui, também, como um instrumento muito interessante de aquisição de competências e conhecimentos em vários domínios do saber, pela transversalidade de trabalho que proporciona.

No que toca à relação entre ambiente e automóvel, considera que os alunos já estão sensibilizados para esta temática?
A educação ambiental para a sustentabilidade é uma dimensão importante no plano da educação, que integra transversalmente o currículo como domínio decisivo da educação para a cidadania. A relação entre ambiente e automóvel é abordada de uma forma abrangente levando a que as crianças sejam progressivamente sensibilizadas para os problemas ambientais suscitados pela utilização do automóvel.

Considera que a segurança rodoviária tem a relevância necessária nos programas escolares?
No plano da Educação existe já o Referencial da Educação Rodoviária, no qual se refere expressamente que o comportamento em ambiente rodoviário é inseparável das relações sociais e a Educação Rodoviária indissociável da formação da pessoa, enquanto cidadão. Nesse sentido, a forma como está construído o referencial e as estratégias que as escolas desenvolvem sustentadas nele, permitem cumprir de forma bastante satisfatória uma “educação para a segurança rodoviária”.

São desenvolvidos projetos escolares relacionados com segurança rodoviária no agrupamento de escolas que dirige?
O nosso agrupamento atribui grande importância à segurança rodoviária, enquanto domínio da segurança em geral e que nós integramos na recente área da Cidadania e Desenvolvimento e que é operacionalizada também no Clube de Proteção Civil que criámos. O protocolo que estabelecemos com a ANCIA, nesta perspetiva de abordagem que fazemos, veio permitir dar expressão plena e tecnicamente sustentada ao que fazemos, mormente com o envolvimento e participação ativa e meritória nos concursos que a ANCIA tem promovido.

Quais são os maiores beneficiários deste tipo de iniciativas: alunos, pais ou professores?
Um princípio estruturante da nossa ação é o envolvimento da comunidade educativa em tudo o que fazemos. Esta iniciativa tem proporcionado esse envolvimento através da participação de todos que verdadeiramente importam na educação: os alunos, os professores, os pais e parceiros. Assim, podemos dizer que todos têm beneficiado por igual.

Qual tem sido o impacto desta iniciativa em anos anteriores?
Nós temos participado desde a primeira edição e é muito grato verificar que de ano para ano o envolvimento é maior e que a qualidade dos nossos trabalhos também. O impacto é necessariamente muito positivo e os prémios que temos alcançado representam um grande estímulo, especialmente para as nossas crianças e para os professores que vêem o seu mérito reconhecido.

Faria sentido mobilizar mais organismos públicos para este tipo de eventos, por exemplo, a PSP?
Com toda a certeza. Só há a ganhar com o alargamento dos organismos envolvidos. Sejam os que têm responsabilidades públicas diretas na segurança, como é o caso da PSP, que tem excelentes trabalhos dirigidos às escolas, sejam as demais entidades públicas e privadas que têm de enfrentar as consequências ambientais e de saúde pública que a segurança rodoviária suscita. E, neste último aspeto, estou a lembrar-me também de entidades ligadas ao setor da saúde.

Considera que a população portuguesa encara as inspeções como algo necessário para a segurança pública e não somente obrigatório?
Nós, culturalmente, somos algo propensos a considerar as inspeções como algo obrigatório e que visam principalmente a penalização por falhas ou incumprimentos. No caso concreto das inspeções periódicas, estou convicto que não será assim e que se reconhece amplamente que, enquanto medida preventiva, são um contributo muito importante para o reforço da segurança pública.

Qual a sua opinião sobre a obrigatoriedade das inspeções não incidir sobre todos os veículos que circulam na via pública?
Ainda que não detenha um conhecimento muito amplo sobre a matéria, posso dar-lhe a minha opinião enquanto cidadão utente da via pública. Sou favorável ao alargamento, com razoabilidade e critério, das inspeções a todos os veículos que possam pôr em causa a segurança na via pública.

Qual a sua opinião sobre os carros híbridos e elétricos?
Enquanto utente de um híbrido, só tenho a referir que satisfaz plenamente pelas vantagens que proporciona, designadamente nos domínios económico e ambiental. Os automóveis elétricos estando um passo à frente dos híbridos multiplicam os benefícios que referi.

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